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A história da Ilha de Inhaca começa com Nyaka, considerado o primeiro habitante da ilha. No século XVI, ele migrou da região que hoje corresponde ao distrito de Matutuine (Maputo) em busca de novas terras e estabeleceu-se na ilha, que passou a ser conhecida como “Ilha de Nyaka” — nome que, com o tempo, evoluiu para Inhaca. Nyaka teve cinco filhos, que deram origem às primeiras linhagens familiares e às comunidades locais que ainda hoje marcam a identidade cultural da ilha.
Ao longo dos séculos, outros grupos e figuras importantes se instalaram na ilha, reforçando a organização social e espiritual das comunidades. No século XIX teve início a ocupação efectiva pelos Portugueses, que construíram, em 1894, uma pequena fortaleza militar — edifício que mais tarde passou a acolher a administração distrital.
Apesar das mudanças políticas e administrativas, os NyaKas preservaram o seu papel como guardiões espirituais de Inhaca. A autoridade tradicional transmitiu-se de geração em geração e, ainda hoje, o Régulo da ilha é reconhecido como descendente direto de Nyaka, mantendo viva essa herança histórica.
Este legado explica a importância do poder tradicional, que continua a orientar a vida comunitária, resolver conflitos e preservar práticas culturais. Em colaboração com as autoridades administrativas, o régulo garante que as decisões formais do Estado estejam alinhadas com os valores, os costumes e as necessidades da comunidade. Assim, Inhaca funciona através de um equilíbrio entre poder administrativo e poder tradicional, combinando história, identidade e governação contemporânea.