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Os Tsongas, a Dinastia Nhaca e o impacto dos contactos coloniais, segundo a obra "Mitos e Lendas na Gestão Tradicional dos Recursos Naturais".
O povoamento da Ilha de Inhaca foi feito pelo grupo Bantu dos Tsongas, que migraram para a costa, adaptando-se para explorar os recursos marinhos. A migração inicial ocorreu através da Península de Machangulo.
O nome da ilha deriva do clã Nhaca, que tem liderado os habitantes por muito tempo. Uma lenda conta que o náufrago Nhaca fundou a sua família na ilha e distribuiu terras entre as famílias do clã para assegurar a sua chefia. O régulo atual, Evenisse Nhaca, é um descendente direto.
Em 1620, a Inhaca foi submetida ao reino dos Machavane e, por volta de 1730, os Manganhela tornaram-se o clã representante. No entanto, o clã Nhaca manteve o estatuto de "donos" da terra, sendo essenciais na realização das cerimónias religiosas dirigidas aos antepassados.
Em 1994, houve a reivindicação do estatuto de "donos" da ilha pelos descendentes dos Nhaca, culminando na escolha do atual régulo pelo povo, reforçando a legitimidade da liderança tradicional.
As primeiras frotas portuguesas na Baía de Lourenço Marques ocorreram entre 1498 e 1502. Em 1545, Lourenço Marques visitou a baía, e os portugueses estabeleceram um posto comercial na Ilha dos Portugueses (Xitimule), com a permissão do chefe Nhaca.
Em 1778, os austríacos compraram a Ilha dos Portugueses e metade da Inhaca para controlo militar e comercial, conforme citado no Diário de Guilherme Bolts.
